segunda-feira, 13 de junho de 2011

a realeza dos Tenenbaums (resenha)


Dirigido por Wes Anderson (EUA, 2001) e co-escrito por ele mesmo e Owen Wilson, ator que trabalha no filme, trata-se de uma fabulosa narrativa sobre a excêntrica e ligeiramente decadente família dos Tenenbaums. Isso pode soar entediante, como mais uma entre tantas produções sobre a neurose cotidiana do povo norte-americano... mas é exatamente o contrário!




Costurando elementos de épico literário, drama clássico, reflexão filosófica, humor irônico e non-sense, desenvolvendo-se em um ritmo inusitado e envolvente, apresentado como um livro dividido em capítulos, a história supera os limites de sua categoria.

Lembrando levemente a versão cinematográfica de A família Adams (Sonnenfeld, EUA, 1991), ... Tenenbaums foi criado com base em uma obra de Orson Wells, Os magníficos Ambersons, e também em alguns contos de Jerome D Salinger, A família Glass (ou "a família Vidro", se traduzido literalmente).

O título é intraduzível, como de costume em filmes inteligentes, pois tem mais de um sentido: pode ser tanto "os reais Tenenbaums", quanto uma referência ao ao patriarca desgarrado que tenciona se reaproximar dos entes queridos, que tão pouco soube valorizar ao longo de sua vida, o Sr Royal Tenenbaum. Ele é interpretado pelo inigualável Gene Hackman, e confrontado com ninguém menos que a imbatível Anjelica Huston, que interpreta a matriarca Etheline Tenenbaum.




A atuação marcante do elenco, que inclui Bill Murray, Gwyneth Paltrow, Danny Glover e outros astros já consagrados, vem combinada com uma esplêndida trilha sonora, que conta com Beatles, Rolling Stones, etc. maestralmente posicionados nos momentos mais precisos. Aliás, de nada adianta descrever os componentes isolados de ... Tenenbaums, pois talvez a maior riqueza da obra esteja exatamente no ritmo impresso pela edição, que tornou a trama muito consistente. Em outras palavras, é necessário conhecer em primeira mão!

O que dizer mais de The Royal Tenenbaums, que não seja "spoiler" (informação que estraga se contar antes)? Tudo é muito bem feito neste filme: roteiro original, ótimos atores, fotografia inteligente, edição primoroza. O resultado... é sem comparação!



Um comentário:

Maicon Antonio Paim disse...

É um filme que preciso rever.
Quando vi, não me impressionou. Talvez por imaturidade para acompanhar a história ou porque estava num dia preguiçoso.

Entretanto, "excêntricos" é um termo que se encaixa perfeitamente aos personagens desse cineasta.

Dos filmes do Wes Anderson, eu gostei muito dos últimos dois: "Viagem a Darjeling" e "O Fantástico Senhor Raposo"