quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Campus Bagé


Hoje fizemos uma intervenção cineclube no Campus Bagé (UniPampa), na aula de Espanhol da profª Sara Mota, com a participação especial da quase-sorrateira profª Marlene Gallina Rego, e auxílio logístico do fotógrafo Eduardo Souza (da Pixelu fotografia e edição), com o filme: "El laberinto del fauno"...




O pessoal curtiu bastante do início ao fim! bom, alguns não curtiram as cenas de hiperviolência, o que é compreensível... participaram, se emocionaram, apresentaram seus pontos de vista. isso é o que dá vida a um cineclube!

Agradecemos pela oportunidade.

sábado, 5 de novembro de 2011

vingança em foco no cinema coreano


Após a trilogia da vingança do diretor coreano Chan Wook Park...

1) "Mr. Vingança" ("Sympathy for Mr. Vengeance", Coréia do Sul, 2002)

2) "Old Boy" ("Oldboy", Coréia do Sul, 2003)

3) "Lady Vingança" ("Sympathy for Lady Vengeance", Coréia do Sul, 2005)

cinema-filmeseseriados.blogspot.com/2009

... uma série de filmes em que a temática é explorada através de uma abordagem desconcertantemente intimista somada à violência extrema, o mesmo país nos traz...

"Eu vi o demônio" ("I saw the devil", Coréia do Sul, 2010)

Escrito por Park Hoon-jung e dirigido por Kim Ji-woon, esta dantesca história nos traz, desde o primeiro instante, a noção de que não assistiremos ao embate do bem contra o mal encarnados em personagens estereotipadas. A natureza humana é exibida aqui de forma crua e cínica, fugindo da pobreza narrativa e falta de sentido a que a maiorira dos filmes sobre violência se limita. A obsessão torna-se o traço comum entre o monstro sociopata e o policial muito mais preocupado em punir o mal do que proteger a vitima. Também evita o suspense evidentemente "enrolador", desenvolvendo uma crítica à condição estéril da vingança. Tecnicamente muito bem acabado, atores, fotografia, edição, trilha sonora.

imdb.com/title/tt1588170

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

mês de outubro: ciclo "fazendo cinema"




02/10 - A Noite Americana (Truffaut, Italia /França, 1973)
http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Noite_Americana

09/10 - Chaplin (Richard Attenborough, Inglaterra /EUA, 1992)
http://en.wikipedia.org/wiki/Chaplin_%28film%29

16/10 - O Jogador (Robert Altman, EUA, 1992)
http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Player

23/10 - Sfincter + The Cutting Edge: The Magic of Movie Edition (Wendy
Apple, EUA, 2004)
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Cutting_Edge:_The_Magic_of_Movie_Editing

30/10 - Lado B - Como Fazer um Longa sem Grana no Brasil (Marcelo
Galvao, Brasil, 2007)
http://filmow.com/lado-b-como-fazer-um-longa-sem-grana-no-brasil-t32514/

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

japanproject.com.br




SORRO CINECLUBE BAGÉ EXTRAORDINÁRIO dia 17/09 SÁBADO às 14h, no Colégio São Pedro, junto ao "Japan Project", com o filme Gen pés-descalços (Mori Masaki, 1983)

sábado, 10 de setembro de 2011

"Sorro Cineclube debate primeira década após o 11 de setembro"

publicado originalmente no jornal 'Minuano' em 10/09/2011:
http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=66454

Calvin Furtado

A agenda do Sorro Cineclube Bagé tem programação especial para o mês de setembro. As exibições terão como tema os 10 anos após o ataque ao World Trade Center (WTC), em Nova Iorque.

A intenção é discutir as mudanças e os reais objetivos do que ficou conhecido como a guerra contra o terror. Os encontros ocorrem aos domingos, a partir das 16h, na Casa de Cultura Pedro Wayne.

Conforme um dos coordenadores do Cineclube, Giovani Andreoli, o simpósio "10 anos de 11 de setembro: o mundo depois da queda das torres gêmeas WTC" tem como objetivo a reflexão. "O 11 de setembro marca a data de um incidente de proporções mundiais. O ataque serviu para justificar guerras, terrorismo de Estado, caçadas e execuções em público. Em suma, expôs simbólica e concretamente a fragilidade da principal economia em nosso mundo capitalista globalizado de início de milênio", pondera.

A mostra do fim de semana será o longa-metragem americano "Loose Chance 9/11", lançado pelo diretor Dylan Avery em 2007, que argumenta que os ataques foram planejados e conduzidos por elementos dentro do governo dos Estados Unidos. A obra embasa as reivindicações de anomalias percebidas no registro histórico dos atentados. "É um assunto que até hoje não foi bem esclarecido e que mexeu com a opinião pública. O 11 de setembro nos ofereceu outra perspectiva de mundo", explica Mauro Lemos, um dos coordenadores do Cineclube.

Na segunda-feira, ocorre uma mesa-redonda mediada pela professora do curso de Letras da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Fabiane Lazzaris. Participam do debate as professoras-doutoras Kátia Vieira, Lúcia Britto Correa e Isabel Teixeira. O encontro acontece às 19h, no câmpus Bagé da universidade, e é aberto ao público.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

"Sorro debate Japão e o 11 de setembro"

publicado originalmente no jornal 'Folha do Sul' em 08/09/2011:
http://www.folhadosulgaucho.com.br/?p=2&n=12283

Niela Bittencourt

O ciclo de exibições do Sorro CineClube terá como temática, durante todo o mês, o Japão e suas produções. Conforme explicou um dos organizadores da iniciativa, Mauro Lemos, trata-se de uma parceria com a equipe Nipo Satsu de eventos, que promove entre os dias 17 e 18 de setembro a sexta edição do Japan Project. O evento - alusivo a cultura nipônica – contará com exibições do Sorro durante as datas e, a exemplo do que ocorre semanalmente, um debate será proposto.

O clube também fará alusão, nesse período, aos 10 anos do atentado contra as torres gêmeas. Curtas-metragens foram selecionados e serão apresentados antes das obras orientais.

- Pensamos que o debate pode convergir desses dois pontos, pois muito da produção japonesa reflete questões bélicas e
terroristas.

Acontece que, de acordo com um dos organizadores do Japan Project, Aldo Mesquita, as animações japonesas refletem tais questões de um modo que destoa das produções ocidentais. Ele explica.

- Enquanto as produções ocidentais refletem mais o lado combativo da guerra, ou seja, "eles vão, eles atacam, eles resgatam, eles vencem", o Japão mostra o que acontece após: a familia que ficou separada, o irmão que cuida do outro, pois ficaram órfãos, os medos, as mudanças, os desafios e novos problemas que a vida cria após um confronto desse tipo

A programação foi definida de modo a incentivar o público que conhece as produções e está interessado em expor suas opiniões sobre a temática, mas também para atrair aqueles que só tiveram acesso ao que chega ao Brasil pela TV aberta. E, para Mesquita, abandonar conceitos pré-estabelecidos vale a pena.

- Eu curto as produções japonesas principalmente pelas lições de vida que se tiram de todas elas. Mas quando nos referimos a esse ponto exclusivo, ou seja, a questão bélica e a guerra, eu prefiro as produções japonesas porque ao invés de mostrar o que o poder da guerra pode vencer, elas mostram o que o poder da guerra deixa para trás, após ser exercido. Isso é muito mais interessante e elucidativodo que o quanto uma bomba pode destruir.

A primeira exibição ocorreu no último final de semana, quando foi apresentada a animação o Fantasma na Concha - Ghost in the Shell, de Mamoru Oshii, produzido em 1996. No próximo domingo (11), porém, a discussão se volta ao 11 de setembro: a programação ainda não foi divulgada, mas a exibição está prevista para às 16h, na Casa de Cultura. No final de semana 17 e 18 de setembro, o palco da equipe será no Colégio São Pedro, durante o Japan Project.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

mês de setembro: ciclo "animes" (2º filme)



SORRO CINECLUBE BAGÉ EXTRAORDINÁRIO apresenta: 10 ANOS DE 11/09 - queda das torres gêmeas, 11/09 domingo 16h "Loose Change* 9/11" (Dylan Avery, EUA, 2007) na Casa de Cultura Pedro Wayne (porta lateral) *loose change = trocados, centavos, “troco mixo”; e + DIA 12/09 (segunda-feira): MESA-REDONDA com Profa. Dra. Kátia Vieira, Prof. Dra. Lúcia Britto Correa, Profa. Dra. Isabel Teixeira, mediação: Profa. Me. Fabiane Lazzaris HORA - 19:00 LOCAL - Campus da Unipampa

domingo, 28 de agosto de 2011

cachorros loucos no Palacete!

'Sorro cineclube Bagé' finalizou o mês do cachorro louco visitando seus compenheiros "Figuraças”, na exposição de Henrique Santini (no Palacete da Secretaria de Cultura)












quarta-feira, 24 de agosto de 2011

mês de agosto: ciclo "cachorro louco" (4º filme) E AQUI TERMINA!!!



28/08 domingo, 16h "The Southland Tales" (Richard Kelly, EUA, 2006) na Casa de Cultura Pedro Wayne (porta lateral)

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

mês de agosto: ciclo "cachorro louco" (3º filme)



21/08 domingo 16h "Gummo" (Harmony Korine, 1997, EUA) na Casa de Cultura Pedro Wayne (porta lateral)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

mês de agosto: ciclo "cachorro louco" (2º filme)



14/08 domingo 16h "Sonhos" (Akira Kurosawa, 1997, Japão /EUA) na Casa de Cultura Pedro Wayne (porta lateral)

F E S T A ! ! !


Dia 12 de agosto, às 18h e 30min, na Casa de Cultura Pedro Wayne, comemoramos o 1º ano completo de funcionamento do 'Sorro cineclube Bagé'.


Atualmente com sessões de exibição gratuítas todos domingos, às 16h, nosso grupo de trabalho busca mais do que apenas o lazer e a apreciação da arte cinematográfica, e sim a participação ativa do público, propondo conversas com contribuição aberta após as sessões. Também apresentamos informações técnicas, contexto histórico-cultural e outras curiosidades, procurando promover a valorização dos artistas, produtores e obras audiovisuais.


Iniciado nesta data especial, que celebra o 'Dia Internacional das Artes', ofereceremos uma singela recepção com bolo, algumas projeções de curtas, um sorteio de botons do Sorro e mostraremos um pouco do cotidiano dos bastidores deste cineclube para o público presente.



E com um ano de idade, o banner do cineclube!








APOIO:


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

F E S T A ! ! !



ANIVERSÁRIO DE 1 ANO do 'Sorro cineclube Bagé' /SEXTA-FEIRA 12.08 às 18:30 na Casa de Cultura Pedro Wayne /apoio: Padaria Continental

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

mês de agosto: ciclo "cachorro louco" (1º filme)



07/08 domingo 16h "A Via Láctea" (Luis Buñuel, 1969, França /Alemanha /Itália) na Casa de Cultura Pedro Wayne (porta lateral)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

mês de agosto: ciclo "cachorro louco"

no mês do cachorro louco, somente filmes surrealistas e /ou psicodélicos!!!



07/08 - Via Láctea (Buñuel, França /Alemanha /Itália, 1969)

14/08 - Sonhos (Kurosawa, Japão /EUA, 1990)

21/08 - Gummo (Korine, EUA, 1997)

28/08 - The Southland Tales (Kelly, EUA, 2006)



IMPERDÍVEL! venha conhecer do que são capazes a arte cinematográfica e a loucura combinadas!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Prossegue o ciclo do cinema de horror... agora adaptado da literatura contemporânea inovadora do escritor /diretor Clive Barker...


segunda-feira, 13 de junho de 2011

a realeza dos Tenenbaums (resenha)


Dirigido por Wes Anderson (EUA, 2001) e co-escrito por ele mesmo e Owen Wilson, ator que trabalha no filme, trata-se de uma fabulosa narrativa sobre a excêntrica e ligeiramente decadente família dos Tenenbaums. Isso pode soar entediante, como mais uma entre tantas produções sobre a neurose cotidiana do povo norte-americano... mas é exatamente o contrário!




Costurando elementos de épico literário, drama clássico, reflexão filosófica, humor irônico e non-sense, desenvolvendo-se em um ritmo inusitado e envolvente, apresentado como um livro dividido em capítulos, a história supera os limites de sua categoria.

Lembrando levemente a versão cinematográfica de A família Adams (Sonnenfeld, EUA, 1991), ... Tenenbaums foi criado com base em uma obra de Orson Wells, Os magníficos Ambersons, e também em alguns contos de Jerome D Salinger, A família Glass (ou "a família Vidro", se traduzido literalmente).

O título é intraduzível, como de costume em filmes inteligentes, pois tem mais de um sentido: pode ser tanto "os reais Tenenbaums", quanto uma referência ao ao patriarca desgarrado que tenciona se reaproximar dos entes queridos, que tão pouco soube valorizar ao longo de sua vida, o Sr Royal Tenenbaum. Ele é interpretado pelo inigualável Gene Hackman, e confrontado com ninguém menos que a imbatível Anjelica Huston, que interpreta a matriarca Etheline Tenenbaum.




A atuação marcante do elenco, que inclui Bill Murray, Gwyneth Paltrow, Danny Glover e outros astros já consagrados, vem combinada com uma esplêndida trilha sonora, que conta com Beatles, Rolling Stones, etc. maestralmente posicionados nos momentos mais precisos. Aliás, de nada adianta descrever os componentes isolados de ... Tenenbaums, pois talvez a maior riqueza da obra esteja exatamente no ritmo impresso pela edição, que tornou a trama muito consistente. Em outras palavras, é necessário conhecer em primeira mão!

O que dizer mais de The Royal Tenenbaums, que não seja "spoiler" (informação que estraga se contar antes)? Tudo é muito bem feito neste filme: roteiro original, ótimos atores, fotografia inteligente, edição primoroza. O resultado... é sem comparação!



domingo, 12 de junho de 2011

Balada Triste de Trompeta (resenha)


Balada Triste de Trompeta é o novo filme do espanhol Álex de la Iglesia, do ótimo "O Dia da Besta".

Neste filme, Iglesia usa o universo circense e nos presenteia com uma belíssima tragédia romântica. Prato cheio para o dia dos namorados (esteja você sozinho ou acompanhado).

Usando a alegoria dos palhaços para definir o perfil de seus personagens, cria um perfeito "triângulo odioso". O palhaço triste e o palhaço tonto, disputam o amor da bela trapezista Natália, que alheia ao cenário que se instaura, não consegue prever a catástrofe iminente. Personagens caricatos que ao longo do filme se transformam e se perdem entre a redenção e a destruição.

Balada Triste de Trompeta é um filme que nos mostra como aquilo que mais gostamos, às vezes também é aquilo que nos consome. Nos mostra que na vida, existe uma tênue linha, entre ser o palhaço que se dá bem ou o palhaço que se dá mal.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

de primeira classe (resenha)





Para os admiradores de Wolverine, X-Men – Primeira Classe é a prova de que ele não é indispensável para que se faça um grande filme sobre os heróis mutantes.



O filme segue a onda do momento em Hollywood, mostrar como tudo começou, são os chamados prequels. Bons exemplos recentes dessa leva são “Batman Begins” e o último “Star Trek”. Entretanto, nenhum desses dois filmes alcança a excelência de X-Men – Primeira Classe.



O filme tem um início idêntico (muito parecido para ser mais honesto) com o do primeiro filme: Segunda Guerra Mundial, Polônia, 1944. Só que agora se apresenta como começou a história de Erik “Magneto” (interpretação marcante de Michael Fassbender), o futuro grande vilão da saga. Aliás, a interpretação e a qualidade dos personagens principais é um dos grandes prazeres de ver este filme.



Professor Charles Xavier (James MacAvoy), Erik (Fassbender) e o vilão Sebastian Shaw (Kevin Bacon, que faz pensar que não há melhor escolha para o papel) se unem através de um arco dramático construído no estilo das melhores tragédias já encenadas. Shaw é um nazista com mente e coração nazistas, mas muito longe de ser interpretado de um modo caricato, pelo contrário, tem toda a classe e inteligência dos melhores vilões. O Professor Xavier é um Charles Darwin com profundo entendimento e confiança no (do) “humano”. Erik é o homem triste movido unicamente por um sentimento de vingança contra Shaw. A partir do encontro dessas três visões e sentimentos de mundo, surgirão todos os conflitos que tornam essa história o que muitas vezes a vida não é, verossímil.



É fascinante acompanhar o desenrolar da trama sabendo como as coisas vão terminar (X-Men - O Confronto Final). Tudo tem um forte combustível humano para explicar e justificar os comportamentos e as mais angustiantes escolhas: ódio, dor, medo, ressentimento, amor, compaixão.



A edição é primorosa ao ligar todas as informações e todos os personagens de maneira elegante, inteligente. Há a concisão de um conto de Hemingway e a fluidez de um romance de Ian McEwan a serviço de uma história com o peso de uma peça de Shakespeare.



“Primeira Classe” tem um trabalho de direção impecável de Matthew Vaughn (responsável pelo também excelente Kick Ass). Sabe ser discreto na hora certa e sabe, acima de tudo, que a imagem deve estar a favor da narrativa, ou melhor dizendo, que no cinema a imagem é a melhor forma de narrar. A cena em que o Professor Xavier enxerga a lembrança mais alegre de Erik é comovente, mostrando que cinema são lágrimas; a cena em que Erik ergue aos céus um submarino é espetacular, mostrando que cinema é mágica.



Ao final da sessão ficam duas certezas: que dificilmente será exibido um filme melhor nos cinemas este ano e que poucos filmes com humanos são tão “humanos” quanto este filme com mutantes.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Do conto literário de fantasia e horror gótico de H. P. Lovecraft...


quinta-feira, 2 de junho de 2011

Hedwig e a polegada raivosa (resenha)


Hedwig Robinson não está acorrentad@ em uma rocha do cáucaso grego, despedaçad@ por um raio fulminante, ou pregado em uma cruz -- Hedwig pousa no palco!!! Herói /heroína de tod@s @s condenad@s por crime nenhum, é "solidári@ com tod@s @s desajustad@s e perdedores /perdedoras do mundo".

Hedwig and the angry inch




Personagem tão imensamente lúgubre quanto glamouros@ e fascinante, Hedwig se posiciona acima dos mortais através da glória da Arte, enche os olhos e ouvidos ao interpretar sua tragetória trágica de vida, seus encontros, sonhos e sofrimentos, transubstanciados nas belíssimas canções que compõe. Lembra em certos aspectos o Tommy (Reino Unido, 1969 /1975), da banda "The Who", e o rock-star "Vampiro Lestat", na segunda crônica de Anne Rice (EUA, 1985), e ainda um pouco da ironia provocativa e estranheza cativante das composições de Pedro Almodóvar.

Hedwig é interpretad@ pelo próprio diretor do filme, John Cameron Mitchell (EUA, 2001), que adaptou a história de um musical homônimo, criado por ele mesmo. Impressionantemente, Mitchell também canta, inclusive havendo gravado realmente o vocal enquanto as cenas eram filmadas; posteriormente, trabalhou com a banda na trilha sonora do filme.

Vítima de uma imposição do "mundo correto" ("straight world", trocadilho impossível no português, que poderia ser traduzido como "mundo hétero hegemônico"), Hedwig é mutilado em seu corpo e em sua identidade. A revelação do que significa a "polegada raivosa" é ao mesmo tempo desconcertante, impressionante e esclarecedora. Hedwig dá voz à sexualidade humana de forma incomparável, reeditando o discurso de Aristófanes no Simpósio de Platão: o mito das esferas perfeitas que foram partidas em duas para toda a eternidade, derivando em seres bípedes que sofrem a falta de sua outra metade -- ou seja, nós seres humanos.

A canção "A origem do amor" é uma narrativa de um sujeito transgenérico, palavra com a qual se reconhece todas as pessoas identificáveis como heterossexuais, homossexuais, bissexuais, panssexuais, polissexuais, assexuais /abstêmias, ou quaisquer outras categorias que a imaginação coletiva humana pode conceber para tentar descrever o complexo de relações eróticas e afetivas que, afinal, são algo tão simples e vivo: a nossa bela e trágica condição humana da necessidade e busca pelo amor. Além disso, a mescla de deuses de diferentes panteões clássicos garante ao ato uma dimensão de uma típica alegoria contemporânea, globalizante.

Como toda boa ficção, esta obra ímpar nos mostra situações inusitadas, insólitas, com as quais a grande maioria da audiência não pode se identificar pessoalmente, dentro dos fatos concretos de sua vida -- porém, exatamente dentro desse estranhamento é que enxergamos o AMOR como ele é na vida real, repleto de desencontros e decepções, de imperfeições e ilusões, de riquezas inestimáveis, sofrimentos irrecuperáveis e frutos irrecusáveis!



(agradecimento ao Bruno Campelo, o pelotense que me indicou essa magnífica peça de arte)

quarta-feira, 1 de junho de 2011

junho: ciclo de filmes de horror

Reivindicado há algum tempo, o ciclo com a temática de filmes de horror finalmente ganha espaço no mês de junho. Dentro da atividade de um cineclube, onde a apreciação das narrativas audio-visuais leva a uma conversa a respeito do que foi exibido, os participantes devem ficar mais do que apenas "horrorizados", como também esclarecidos quanto aos possíveis sentidos deste conteúdo produzido.

Apresentamos aqui três títulos da década de oitenta, obras de personalidades consagradas deste gênero no cinema norte-americano e inglês, e uma produção nacional da década de sessenta, internacionalmente reconhecida.


07/06 - Evil Dead (Raimi, EUA, 1981)

14/06 - Do além (Gordon, EUA, 1986)

21/06 - Hellraiser (Barker, Inglaterra, 1987)

28/06 - À meia-noite levarei sua alma (Marins, Brasil, 1965)









Por coincidência ou não, o último filme do ciclo do mês passado (sobre maternidade) também está nesta categoria dos que se propõem a provocar espanto, medo, sustos, nojo, etc.